1. No interior do Japão, para se comemorar o Ano Novo (celebrado na 1a lua nova de janeiro), os camponeses faziam encantamentos para atrair a fartura das colheitas com um ritual no qual abria-se a terra e plantavam-se mudas de arroz, enquanto as pessoas oravam para as divindades. O Deus e a Deusa do arroz eram homenageados com oferendas de vinho e bolos de arroz, enquanto que, nas casas, colocava-se uma árvore enfeitada com réplicas dos produtos da terra (frutas, grãos e casulos de bicho-da-seda). Pessoas com máscaras grotescas dançavam nos campos para afastar as pragas e os pássaros de rapina.
2. Na Índia, o Ano Novo começa no quinto dia da lua crescente, no signo de Makara, correspondente ao signo ocidental de Capricórnio. Honram-se as divindades da abundância e da prosperidade com oferendas de comidas coloridas com açafrão e enfeitadas com flores amarelas.
3. Os antigos gregos celebravam, no inicio do ano, a Deusa Hera – a padroeira dos casamentos -, com o festival de Gamélia. Ofereciam-lhe figos cobertos de mel e guirlandas de ouro, invocando suas bênçãos durante os inúmeros casamentos feitos neste dia.
4. No Ano Novo juliano, festaja-se em alguns lugares ao norte da Europa, o festival “Wassailing”. Reverenciavam-se, neste dia, as Mulheres Árvores ou “Bushfrauen”, as guardiãs dos bosques e dos pomares. Elas apresentavam-se como mulheres com corpo de árvore, cabelos de folhas verdes e seios volumosos. Elas garantiam as colheitas se as pessoas cuidassem das árvores e homenageassem-nas.
Neste dia, brindava-se às macieiras com uma bebida quente típica feita com cidra, ovos batidas, maçãs assadas, mel, cravos e gengibre. Agradeciam-se os frutos e pedia-se que elas continuassem a frutificar no próximo ano.
5. Na festa celta do Pão Fresco, reverenciava-se a Deusa Mãe. Em fogueiras feitas com madeiras de árvores (carvalho, bétula, freixo, espinheiro e sorveira), assava-se o pão com o trigo recém-colhido. As pessoas agradeciam a colheita com cânticos, orações e oferendas para as divindades da Terra.
6. Havia em Roma a Festa da Colheita, dedicada às Deusas Abundita, Ceres, Deméter, Gaia, Rhea, Ops e Tellus Mater. Em todas as culturas, a colheita era regida e abençoada por inúmeras Deusas, cujo nome e apresentação variavam conforme seu lugar de culto. Pode-se mencionar a Deusa asteca Chicomecoatl; a celta Habondia; a sumeriana Manu; a eslava Mati Syra Zemlja; a mexicana Mayahuel; a africana Mawu; a peruana Mama Allpa; a europeia Perchta; as incas Pachamamma e Maa Allpa; a japonesa Uke-Mochi e a germânica Zisa.
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