Origem: Norte e Nordeste do Brasil.
Nome científico: Byrsonima crassifolia (L.) Rich.
Família botânica: Malpighiaceae
Origem: Norte e Nordeste do Brasil.
Características da planta: Fruteira arbustiva da família Malpighiaceae, o muricí é uma planta nativa do norte/nordeste brasileiro, de porte médio, podendo chegar a 5 metros de altura. Possui tronco cilíndrico, casca escura, áspera e copa estreita. Suas folhas são rígidas e brilhantes. As flores são amareladas formando cachos de 10 a 15 cm. Geralmente é encontrado no litoral, numa faixa que se inicia no Ceará e se estende até o Acre, sendo apreciado pela população privilegiada com a ocorrência desta deliciosa fruteira nativa em suas matas e nas zonas praianas, sendo inclusive muito utilizada pelos índios amazonenses como fonte de alimentação.
Cultivo:
As sementes germinam em substrato argiloso necessitando de local sombreado. O desenvolvimento é lento. Espécie também utilizada como ornamental.
Os muricis do Brasil são muitos e variados, sendo, em sua maioria, plantas da família botânica das Malpiguiáceas, à qual também pertence a reputada acerola. Originárias da terra, essas plantas podem ser encontradas por todo o continente e são designadas popularmente, em suas regiões, pelo mesmo nome de murici.
Em suas diferentes variedades, os muricis distinguem-se, também, por suas cores e locais de ocorrência Assim, são conhecidos o murici-amarelo, o murici-branco, o murici-vermelho, o murici-de-flor- branca, o murici-de-flor-vermelha, o murici-da-chapada, o murici-da-mata, o murici-da-serra, o murici-das- capoeiras, o murici-do-campo, o murici-do-brejo, o murici-da-praia, entre outros.
Mas os muricis não são exclusivos da floresta, sendo, alguns deles, frequentes nas regiões serranas do sudeste, nos cerrados do Mato Grosso e Goiás e no litoral do norte e do nordeste do pais.
Aqui, duas espécies de muricizeiros estão sendo destacados. Um deles, o de maior dispersão, o mais conhecido e o que fornece os frutos mais apreciados é o Byrsonima crassifolia. Trata-se de uma pequena árvore de no máximo 5 metros de altura, cujo fruto, pequeno e amarelo, é saborosíssimo e suavemente perfumado.
Citado por Pimentel Gomes, Renato Braga faz uma referência às variadas utilidades que o homem regional aprendeu a dar ao fruto do murici, muitas delas comuns desde tempos bastante antigos. De acordo com ele, no nordeste litorâneo, um dos usos mais comuns para o fruto do murici é o preparo de uma 'gororoba muito rica em gorduras e de alto teor nutritivo, conhecida como cambica de murici". O fruto" - diz Braga - 'amassado em água, desprende facilmente a sua massa carnosa, que, dissolvida, misturada com farinha, adoçada ou não, constitui um dos recursos alimentares mais importantes para a pobreza dos tabuleiros praieiros." Além disso, esse primeiro amassado, mais diluído e sem farinha, transforma-se em gostoso refresco e é ingrediente para excelentes sorvetes e doces de qualidade.
Tudo leva a crer que tenha sido exatamente esse o murici encontrado na Bahia pelo padre viajante Gabriel Soares de Sousa na metade do século XVI. Em sua descrição informa que se tratava de árvore pequena e muito seca que, nascendo em terras fracas, fornecia frutas amarelas e moles, menores do que as cerejas, comestíveis e de sabor e cheiro semelhantes aos do "queijo de Alentejo".
A espécie conhecida como murici-do-campo (Byrsonima basiloba) difere da anterior, basicamente, por seu porte. Arvore de tamanho médio, de galhos retorcidos e típica da região dos cerrados, chega a alcançar cerca de 10 metros de altura. Suas folhas são, também, maiores do que a outra e revestidas de finos pelos, dando ao tato a sensação do velado. Seus frutos e seus usos, porém, são bastante semelhantes aos do murici mais comum.
O fruto:
O fruto possui em média 2 cm de diâmetro e, quando maduro, possui a casca e a polpa de um amarelo intenso, tendo sabor e cheiro característico e é muito rico em Vitamina "C". A polpa é carnosa e pode ser consumida "in natura", mas é mais apreciada na forma de sucos, sorvetes, licores, néctares, geleias e doces. A comercialização ocorre em grande parte com a fruta "in natura" nas feiras livres e mercados públicos das cidades e capitais nordestinas litorâneas. As outras diversas formas, manufaturadas ou industrializadas, são comercializadas nas lanchonetes, sorveterias e supermercados dessas cidades. Na época da safra do muricí, torna-se uma fruta de grande procura pela população devido a sua grande aceitação pelo seu delicioso sabor.
Apesar de ter tamanha importância nas regiões citadas, esta frutífera ainda não foi devidamente pesquisada, desconhecendo-se as técnicas agronômicas adequadas para seu cultivo e propagação, não sendo ainda devidamente domesticado, desconhecendo-se seu valor nutricional e o potencial de utilização do fruto por parte das indústrias especializadas.
Solos:
A planta se desenvolve bem em solos areno-argilosos, mas já foram encontrados exemplares vegetando normalmente em solos arenosos e em solos muito argilosos e até mesmo em piçarras. No entanto, sabe-se que a planta não tolera solos encharcados, preferindo aqueles que possuem uma boa drenagem. O clima deve ser quente e úmido, possuindo uma pluviosidade mínima de aproximadamente 600 mm, com ventilação constante. Ainda não foram detectadas pragas nem doenças que atingem o muricizeiro, sendo portanto uma cultura, até agora, livre da utilização de defensivos agrícolas, o que além de baratear os custos de produção tornam o murici uma fruta de consumo seguro, no que diz respeito às contaminações por parte desses defensivos.
Variedades:
Existe no Estado do Pará um grande interesse em desenvolver pesquisas sobre o muricizeiro, devido ao grande consumo desta fruta pela população. Em virtude dessa grande procura, já existe naquele Estado alguns produtores cultivando esta frutífera de modo racional, com todas as dificuldades existentes em culturas que ainda não possuem dados agronômicos seguros. Existem três variedades conhecidas, o "Muricí da praia", o "Muricí do campo" e o "Muricí do mato", estas denominadas apenas pelo local de ocorrência, não sendo definidas por diferenças agronômicas específicas. O início da floração ocorre no final de agosto e a frutificação começa do final de setembro e se estende até meados de janeiro, podendo se estender até março em algumas regiões, dependendo da incidência de chuvas. A colheita ainda é efetuada de maneira rudimentar, devido a grande incidência de queda dos frutos maduros e até mesmo dos que ainda estão "de vez", dificultando sobremaneira a colheita, feita com a mão de obra familiar dos produtores.
Espaçamento:
Apesar da falta de conhecimento desta fruteira por parte dos produtores paraenses, existem naquele Estado plantios racionais efetuados com o espaçamento de 6 X 6 m contendo desta forma em torno de 280 plantas por ha. Como cada planta pode produzir em média 15 kg/ano de frutos, a produtividade alcançada nestes plantios chega a ser de certa forma muito boa, ficando em torno de 4.200 kg de frutos por ano, trazendo um retorno razoável para aqueles produtores que queiram introduzir a cultura em suas terras.
Fonte: PIMENTEL GOMES - Fruticultura Brasileira - Livraria Nobel S/A - São Paulo -SP
www.emater-rondonia.com.br/Murici.htm
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