Texto pesquisado por Rosane Volpatto.
Flidias é a Deusa celta da Sensualidade e Senhora das Florestas. Ele reúne os atributos da deusa Ártemis com a sensualidade de Afrodite.
Como Senhora das Florestas, ela cuida de todas as coisas silvestres e indomáveis da natureza e está associada ao Homem Verde. Para aqueles que destroem indiscriminadamente bosques e árvores, o Homem Verde é um espírito maligno. Para aqueles que amam e usam de modo sábio as árvores, le é a tímida entidade que encoraja o crescimento da árvore.
Mas Flidais também está associada aos animais, em especial ao gado e muitas vezes surge conduzindo uma carruagem puxada por oito cervos e chamava todos os animais da floresta de "seu gado". As acepções simbólicas do cervo (gamo) são numerosas, sendo a mais notável, a que o associa a Árvore do Mundo. Por seus chifres longos, que se renovam periodicamente, é comparado à Árvore da Vida. Assim, simboliza a fecundidade (à qual o ardor sexual não é estranho) e os ritmos do crescimento e renascimento. Um dos símbolos desta deusa é a corça, que está intimamente ligada com o feminino. Na mitologia grega ela era consagrada a Ártemis, que a caçava ou a usava para puxar sua biga. A beleza da corça vem do brilho extraordinário de seus olhos e este olhar é comparado muitas vezes ao de uma jovem. Além de sua graça e beleza, a corça simboliza a virgindade e pureza.
Flidias tinha como símbolos também, a grama verde, as árvores e as nascentes das terras das florestas.
Flidais era descrita como uma mulher altiva, forte e muito bela que apresentava cabelos dourados. O dourado não apenas define seu esplendor, mas também faz a consciência despertar. O domínio do consciente em Flidais não é espiritual e sim terreno, uma exaltação da mais alta pureza, que reluz como ouro. A deusa exemplifica os aspectos da natureza feminina que se manifestam na matéria. Beleza física, consciência integrada no corpo e capacidade de conectar emoções profundamente sentidas com relacionamentos. Todos estes atributos, como já dissemos, provém da associação de Flidias com as deusas Ártemis e Afrodite.
Flidias possuía uma vaca mágica cujo leite era capaz de alimentar diariamente centenas de guerreiros. A vaca mágica da deusa, como o resto dos animais de Outro Mundo na tradição irlandesa, possuía a pelagem totalmente branca, exceção feitas às orelhas, que eram da cor vermelha. Será ela que alimentará o exército de Fergus Mac Róich na Invasão do gado de Cooley. Desde então era "Buar Flidaise", o rebanho de Flidais, que alimentava os homens da Irlanda, durante todo o período da invasão.
Flidais uniu-se à Fergus e conta-se que ela era a única deidade capaz de saciar o seu descomunal apetite sexual. A união sexual dos dois representavam as forças da criação.
Muito embora, não se têm conhecimento de quem seja o pai, Flidais teve três filhas: Bé Téite (Mulher Luxuriosa), Bé Chuille, a Senhora do Mundo Selvagem e também uma druidesa, e ainda, Fland, que foi uma das esposas de Manannan e teve um rápido caso de amor com Cu Chulainn. Alguns autores relatam que Fland vivia sob as águas e seduzia os homens, levando-os para seu reino escuro e frio.
ARQUÉTIPO DA NATUREZA
Flidais, como arquétipo da natureza, nos ensina que é a união que completa o ciclo. Assim como a semente é plantada na Primavera, cresce no Verão, e se faz a colheita no Outono, cada geração desova as sementes para a próxima geração. Devemos prestar muita atenção no plantio de nossas sementes, para que possamos ser recompensados com uma colheita generosa.
A tecnologia já nos trouxe muito conforto e nos mostrou muitas coisas no sentido científico, mas agora è tempo de nos voltarmos para a humanidade e para a conservação do planeta, incluindo seu relacionamento com o divino. Hoje, a ciência e a espiritualidade estão começando a integrar-se como um todo.
Nosso relacionamento com a natureza é o coração da nova integração encontrada pela ciência e espiritualidade. Pessoas e árvores já não podem ser mais cortadas para atender às necessidades da tecnologia e das corporações, em busca do progresso científico. Já é hora de trabalharmos em cooperação com cada um e com a natureza.
Bibliografia
Adaptação de texto da autora Rosane Volpatto
Os mistérios Celtas - John Sharkey
O Livro da Mitologia Celta - Claudio Crow Quintino
Druidismo Celta - Sirona Knight
Os Mitos Celtas - Pedro Pablo G. May
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