Pesquisar este blog

Muita luz e bençãos à todos.

NÃO CONSUMA ERVAS E ALIMENTOS SEM ORIENTAÇÃO DE UM PROFISSIONAL.

Gostaria de pedir que caso algum autor não queira que seu texto seja postado aqui, por favor, é só comunicar e será retirado imediatamente.
Como a principal fonte é, muitas vezes, a Internet, meio de informação pública, muita coisa é publicada sem informações de Copyright, fonte, autor etc.. Caso algum texto postado ou imagem não tenha sua devida informação ou indicação, será escrito autoria desconhecida. Caso souberem, por favor, deixe um comentário indicando o ou no texto, ou caso reconheçam algum conteúdo protegido pelas leis de direitos autorais, por favor, avisar para que se possa retirá-lo do blog ou dar-lhe os devidos créditos. Se forem utilizar qualquer texto postado aqui, por favor, deem os devidos créditos aos autores dos textos. Obrigada!

sexta-feira, 23 de março de 2012

Equinócio de Outono

Por J.& S. Farrar

Os dois Equinócios são, como já ressaltamos, tempos de equilíbrio.
Dia e noite estão equalizados, e a maré do ano flui regularmente.
Mas enquanto o Equinócio da Primavera manifesta o equilíbrio de um atleta pronto para ação, o tema do Equinócio de Outono é o do descanso após o trabalho. O Sol está prestes à ingressar no signo de Libra, a Balança. Nas Estações da Deusa, o Equinócio da Primavera representa Iniciação; o Equinócio de Outono, Repouso. A safra foi colhida, ambos grão e fruto, mesmo que o Sol – embora mais suave e menos intenso do que era – ainda está conosco. Com aptidão simbólica, ainda há uma semana a seguir antes de Michaelmas, o festival de Michael/Lúcifer, Arcanjo do Fogo e da Luz, ao qual
devemos começar à dizer au revoir ao seu esplendor.
Doreen Valiente (Um ABC do Witchcraft, pág.166) ressalta que as aparências espectrais mais frequentes de certas assombrações recorrentes estão em Março e Setembro, "os meses dos Equinócios – períodos bem conhecidos para os ocultistas como sendo tempos de stress psíquico". Isto pareceria contradizer a ideia de os Equinócios serem tempos de equilíbrio; embora o paradoxo seja apenas aparente. Tempos de equilíbrio, de atividade suspensa, são por sua natureza as ocasiões quando o véu entre o visível e o invisível é diáfano. Estas são também as estações quando os seres humanos `mudam a marcha' para uma fase diferente, e portanto tempos de turbulência tanto psicológica quanto psíquica. Esta é toda a maior razão para nós reconhecermos e compreendermos o significado daquelas fases naturais, de forma que sua turbulência nos animem ao invés de nos angustiar.Se observarmos o Calendário da Árvore que Robert Graves mostrou para sustentar tanto do nosso simbolismo mágico e poético Ocidental, nós descobriremos que o Equinócio de Outono vem um pouquinho antes do fim do mês do Vinho e do começo do mês da Hera.
Vinho e Hera são as únicas das árvores-mês que crescem espiraladas – e a espiral (especialmente a espiral dupla, enrolar e desenrolar) é um símbolo universal de reencarnação. E o pássaro do Equinócio de Outono é o Cisne, outro símbolo da imortalidade da alma – tal como é o ganso selvagem, cuja variedade doméstica é o tradicional prato de Michaelmas. Incidentalmente, a amora é um substituto frequente para o Vinho no simbolismo dos países do norte. A tradição popular em muitos lugares, particularmente no Oeste da Inglaterra, insiste que as amoras não devem ser comidas após o fim de Setembro (que também é o fim do mês do Vinho) porque elas então se tornam propriedade do Demônio. Poderíamos adivinhar que isso significa: "Não tente se
agarrar à espiral entrante uma vez que ela acabou – olhe adiante para o que se projeta"? (1)
Lughnasadh marcou a verdadeira colheita da safra de grãos, mas em seu aspecto sacrificial; o Equinócio de Outono marca a conclusão da colheita, e ação de graças por abundância, com ênfase no retorno futuro daquela abundância. Este Equinócio era a ocasião dos Mistérios Eleusinos, os maiores mistérios da antiga Grécia; e embora todos os detalhes não sejam conhecidos (os iniciados guardaram bem os segredos), os rituais de Eleusis certamente se basearam no simbolismo da colheita do milho. É dito que o clímax tem sido o de mostrar ao iniciado uma simples espiga de grãos, com a advertência: "Em silêncio é recebida a semente da sabedoria".
Para o nosso próprio Sabá de Outono, então, nós tomamos os seguintes temas inter-relacionados: a conclusão da colheita, uma saudação ao poder decrescente do Sol; e um reconhecimento de que Sol e colheita, e também homens e mulheres, compartilham o ritmo universal de renascimento e reencarnação. Como diz a declamação no Livro das
Sombras: "Portanto os Sábios não choram, mas regozijam".
No ritual do Livro das Sombras para este festival, os únicos itens substanciais são a declamação da Suma Sacerdotisa "Adeus, Oh Sol..."
e o Jogo da Vela, ambos os quais nós preservamos.

Preparação
Sobre o altar está um prato contendo uma única espiga de trigo ou outro cereal colhido, coberto por um pano. O altar e o Círculos estão decorados com pinhos em cone, grãos, [um tipo de] nozes de carvalho, papoulas vermelhas (símbolo da Deusa do Milho Demeter) e outras flores, frutos e folhas de outono.

Ritual
Após a Runa das Feiticeiras, o coven se arruma ao redor do perímetro do Círculo, olhando para dentro. A Donzela pega o prato coberto do altar, coloca-o no centro do Círculo (deixando-o coberto) e retorna ao seu lugar. A Suma Sacerdotisa diz: "Agora é o tempo do equilíbrio, quando Dia e Noite se confrontam um com o outro como iguais. Porém nesta estação a Noite está crescendo e o Dia está minguando; pois nada permanece sempre sem mudança, nas marés da Terra e do Céu. Sabei e lembrai, que tudo aquilo que cresce deve também decrescer, e tudo aquilo que decresce deve também crescer. Em recordação do que, dancemos a Dança do Partir e Retornar!"
Com a Suma Sacerdotisa e o Sumo Sacerdote conduzindo, o coven dança lentamente widdershins (anti-horário), de mãos dadas mas não fechando o anel cabeça-à-cauda. Gradualmente a Suma Sacerdotisa conduz para dentro em uma espiral até que o coven esteja próximo ao centro. Quando ela estiver pronta, a Suma Sacerdotisa para e instrui
a todos para se sentarem formando um anel apertado próximo ao prato coberto,olhando para dentro.
A Suma Sacerdotisa diz: "Contemplai o mistério: em silêncio é recebida a semente da
sabedoria".
Ela então retira o pano do prato, revelando a espiga de grãos. Todos contemplam a espiga de grãos por um momento em silêncio.
Quando ela estiver pronta, a Suma Sacerdotisa se levanta e vai para a vela do Leste. O Sumo Sacerdote se levanta e vai para a vela do Oeste e um olha para o outro por entre o coven sentado. A Suma Sacerdotisa declama: (2)  Na Irlanda, ao invés de "para a
Terra da Juventude", nós dizemos "to Tír na nÓg" (pronunciado `teer nuh noge') que significa literalmente a mesma coisa mas tem poderosas associações legendárias – um Elíseo celta visualizado como uma ilha mágica fora da Costa Oeste da Irlanda, "onde a felicidade pode ser obtida por um penny (divisão de moeda – N.do T.)"
"Adeus, Oh Sol, Luz que sempre retorna,
O Deus oculto, que ainda assim sempre permanece.
Ele agora parte para a Terra da Juventude
Através dos Portais da Morte
Para habitar entronado, o juiz dos Deuses e homens,
O líder cornudo das hostes do ar.
Porém, como ele permanece invisível fora do Círculo,
Assim ele reside dentro da semente secreta –
A semente do grão recém colhido, a semente da carne;
Escondida na terra, a maravilhosa semente das estrelas.
Nele está a Vida, e a Vida é a Luz do homem,
Aquilo que nunca nasceu,e nunca morre.
Portanto os Sábios não choram, mas regozijam."
A Suma Sacerdotisa ergue ambas as mãos para o alto em bênção para o Sumo Sacerdote, o qual responde com o mesmo gesto.
Suma Sacerdotisa e Sumo Sacerdote reúnem-se ao coven (que agora fica de pé) e o lidera em uma dança lenta deosil (horário), gradualmente formando espiral para fora na direção do perímetro do Círculo.
Quando ela julgar que o movimento da espiral foi suficientemente enfatizado, a Suma Sacerdotisa fecha o anel pegando a mão da última witch da corrente e acelera o passo até que o coven esteja circulando rápido e alegremente. Após um momento ela grita "Para baixo!" e todos sentam.A Donzela repõe o prato com a espiga de grão sobre o altar, e o pano que o cobria ao lado do altar.
O Grande Rito é agora encenado, seguido por vinho e bolos.
Após o vinho e os bolos é a hora do Jogo da Vela, tal como descrito na página 71 para o Imbolg; e aquilo deve levar a pessoa ao correto estado de ânimo para a etapa da festa.

(1) Na Irlanda, por outro lado, o último dia para colher amoras é a Véspera de Samhain. Após aquilo, o Pooka (vide página 122) "cospe nelas", eis aqui um de seus nomes – Púca na sméar, `o duende da amora'.

(2) Escrito por Doreen Valiente.

Nenhum comentário:

Postar um comentário