Nome popular | AÇAFRÃO, CÚRCUMA OU ZEDOÁRIA |
Nome científico | Curcuma longa L/C. |
Família | Zingiberácea |
Sinonímia popular | Açafrão-da índia, açafrão-da-terra, açafroa |
Sinonímia científica | Amonum curcuma Jacq. |
Parte usada | Rizoma, semelhante ao gengibre, seu parente. |
Propriedades terapêuticas | Anti-inflamatória, anticoncepcional, antiagregante plaquetária, anti-infecciosa, antiasmática. |
Princípios ativos | Curcuminóides, diferuil metano, curcuminas I e III e outras cur-cuminas, óleos essenciais, sesquislactonas (turmerona), zingibereno, bisabolano, cineol, linalol, eugenol, curcumenol, curcumernona. |
Indicações terapêuticas | Cálculo biliar, vesícula biliar, fígado, psoríase, leucemia, colesterol, câncer de colo de útero, feridas. |
Planeta | Sol, Vênus ou Marte. |
Gênero | Masculino |
Elemento | Fogo |
Uso mágico | Favorece a prosperidade, cura e coragem sexual para os homens. Sucesso, dinheiro, purificação e proteção. |
Tem vários açafrões: um é a planta chamada Crocus sativus, Lineo, conhecida alhures como Açafrão oriental, Açafrão cultivado, Açafrão verdadeiro, Flor da aurora, Flor de Hércules, que é um ar-busto pequeno muito comum nos jardins do Brasil. Não é deste que falamos aqui. Neste site falamos da Curcuma longa L/C.
Outro é o Curcuma zedoaria (Christm) Roscoe, falso açafrão, zédoária, bastante parecida com a descrição abaixo, com um diferencial importante - esta tem flor vermelha e a outra tem flores maio-res e brancas, mas a folhagem é idêntica. Usada há séculos como estomáquica.
a) Outros nomes populares
Açafroeira, acafroeira-da-índia, batata-amarela, gengibre-amarelo,
gengibre-dourado (a cor da raiz no "curry"), mangarataia (turmeric em inglês), que é o açafrão milenar da medicina chinesa e indiana e também usada no Brasil como tempero de alimentos, à
semelhança do que os indianos fazem no "curry".
* Nome em outros idiomas e países
Espanhol: Cúrcuma, azafrán de la Índia
Inglaterra: turmeric
Itália: curcuma di levante
França: safran des Indes
b) Outros sinônimos científicos
Curcuma domestica Valeton, C.; Sichuanensis XX Chen; Stissera curcuma Racusch.
c) Origem
É uma palnta da Índia, introduzida nas Antilhas e Europa por navegadores. Gosta de solos úmidos, ricos e argilosos.
d) Descrição
Com um rizoma ovoide que contém tubérculos cilíndricos, possui grandes folhas elípticas que partem deste rizoma. Suas flores são amareladas de 15 centímetros de largura em espigas densas.
e) Princípios ativos
Em sua composição química, os principais são curcuminoides (corantes) em 2 a 5%, diferuil metano, curcuminas I e III e outras curcuminas.
Tem óleos essenciais, onde 60% deles são de sesquislactonas (turmerona), zingibereno, bisabolano, cineol, linalol, eugenol, curcumenol, curcumernona, como os principais, além de polissarídeos A, B e C, galactano, potássio, resina, glucídios (mais amido).
Sua composição em cada 100 gramas de rizoma é aproximadamente = 354 calorias, 11,4% de água, 7,8% de proteínas, 9,9 de gorduras, 64,9% de hidratos de carbono, 6,7 %de fibras, 6% de cinzas, 182mg de cálcio, 268mg de fósforo, 41,4mg de ferro, 38 mg de sódio, 2525 mg de potássio, 0,15 mg de tiamina, 0,23 mg de riboflavina, niacina 5,14mg, ácido ascórbico em 26 mg e caroteno.
2. Dosagem indicada
Externamente é bom cicatrizante e desinfetante de feridas, inclusive de olho, e anti-reumático (usa-se 1% de rizoma em decocção, duas ou três vezes ao dia.).
Pode ser usada como extrato seco (5:1 é proporção da droga vegetal nesta forma farmacêutica) em encapsulados, na dosagem de 80 mg, duas vezes ao dia ou em extrato fluido em 50 gotas por duas ou três tomadas (cada 40 gotas têm um gramo).
A absorção dos princípios ativos dela pelas vias digestivas é boa (cerca de 60%) e não é ulcerogênica como os anti-inflamatórios convencionais, provou em 1986 R. Srimal.
a) Dosagem indicada e uso medicinal do açafrão caseiro
Este outro açafrão, chamado de açafrão verdadeiro (ou cultivado), açaflor ou erva-ruiva é semelhante ao que comentamos, porém, mais comum e usado na culinária brasileira. Seus estigmas secos são usados contra gases intestinais, dores gástricas, atonia digestiva (as raízes também têm esta ação), afecções das vias urinárias, calculose renal e da vesícula biliar, e para problemas do sistema respiratório.
Usam-se as raízes ainda para a circulação do sangue e como anti-hipertensivo, oralmente, por infuso de uma colher de sobremesa para cada xícara de água, uma a três vezes ao dia.
Os estigmas são usados também por infusão (15 estigmas por xícara de água), três xícaras por dia: aceleram a digestão.
3. Propriedades
a) Uso medicinal
Trabalhos realizados fundamentalmente com os corantes mostraram efeitos colerético, colagogo e protetor hepático em ratas (Ozaki Y. et al., 1988 e outros posteriormente.)
Há um estudo que mostra involuções de cálculos biliares com uso de curcumina - Hussain M. et al., 1993 - e melhora das funções de muitas enzimas do fígado: Goud V. et al., 1993, além de ser hepatoprotetor e antitóxico do fígado, como nos diz “Donatus I. et al.”, em 1990.
Na verdade há muitos trabalhos nos dando conta de que é uma ótima planta para os problemas do fígado e vesícula biliar. Há, também, nestes rizomas, atividades pró-digestiva das boas como quer outra série de bons trabalhos científicos. Kiso Y. em 1983 demostrou que ela estimula a digestão. É protetor gástrico, por diminuir a secreção de ácidos segundo Rafatullah S. et al., 1990.
Apresenta atividade imunomoduladora estimulante e anti-inflamatória em ratas, por potencializar o sistema retículo-endotelial e quem nos diz assim é Kinoshita G et al, 1986 e Gonda R et al., 1992.
Há muitos outros estudos provando sua atividade anti-inflamatória.
É uma planta que abaixa o nível de colesterol e lipídios totais no sangue à custa da curcumina. Extrato de Cúrcuma doméstica demonstrou abaixar triglicerídeos e fosfolipídeos em trabalhos de A. Beynen em 1987 e V. Dixit e outros no ano seguinte.
A curcumina inibe o acetato de tetradecanoil-forbol que causa tumor de pele, a nitrosamina, causadora de cânceres orais e gástricos e azoximetanol, indutor de câncer em cólon. Nagabhushan M, Bhide S. e Huang M. et al. em 1992 provaram que 2% de curcumina protegem a mucosa do intestino grosso contra este último agente.
Ainda é antiagregante plaquet´ria, anti-infecciosa, antiasmática e útil em casos de despigmentação da pele como na psoríase e alguma leucemia.
Em altas doses inibe a ovulação e poderia, então, ser usada como anticoncepcional: trabalho feito na Universidade de Filipinas (publicado em Philippine Journal of Science).
No Oriente é usada como hepatoprotetor, estimulante das vias biliares, antiflatulenta, diurética, afrodisíaca, diurética, antiparasitária, antifebril, anti-inflamatória e para a circulação.
Na China é usada contra o câncer de colo de útero (em aplicação local e via oral), como fala o Dr. Jorge R. Alonso da Associação Argentina de Fitomedicina.
b) Uso culinário
A cúrcuma participa do curri, tempero tradicional indiano, e é usada por farmácias como corantes. Aliás, os trajes típicos budistas têm a cor amarelada pela cúrcuma usada, que não pode substituir o açafrão caseiro (Crocus sativus Linneo) apenas porque o sabor é muito forte.
Cuidado
Efeito colateral Um cuidado é importante ter: não tomar mais que 10 gramas por dia (30 estigmas ou 4 colheres de sobremesa) porque esta planta é tóxica em grandes doses, podendo dar alteração no sistema nervoso, ou provocar abortos.
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