Nome popular | LOSNA, ABSINTO, ERVA DOS VERMES, ARTEMÍSIA, ER-VA DOS VELHOS, SINTRO, ALVINA, ERVA SANTA. |
Nome científico | Artemisia absinthium L. |
Família | Asteraceae |
Sinonímia popular | Absinto, artemísia, losma, gotas-amargas. |
Parte usada | Folhas e flores, pontas floridas. |
Propriedades terapêuticas | Carminativa, diurética, colagoga, emenagoga, abortiva, antiparasitária, vermífugo, aperiente. |
Princípios ativos | Tujona, flavonoides, ácidos fenólicos (cafeico), taninos, ácidos graxos, esteróis, carotenóides, vitaminas B e C, compostos azulênicos, metilcamazuleno. |
Indicações terapêuticas | Queimaduras, otites, micoses de pele, ulcerações na pele (tópico), feridas, anemia. |
Classificação | Botânica |
Reino | Magnoliopsida |
Classe | Asterales |
Gênero | Artemísia |
Espécie | absinthium |
Planeta | Marte ou Lua |
Elemento | Fogo ou Água |
Uso mágico | Proteção, amor, poderes psíquicos e comunicação com espíritos. |
1. Informações Complementares * Nome em outros idiomas Absinthe (França) Wermut (Alemanha) Assenzio (Itália) Common wormwood ou green ginger (USA) Ajenjo (Espanha, Argentina) Armoise, madderwort, malurt a) Outros nomes populares Losna-maior, vermute, erva-santa, erva-dos-vermes e erva-do-fel |
b) Origem
Ásia e Europa.
c) Lendas e Mitos
Seu nome latino significa "sem prazer".
Na Bíblia é apresentada como um símbolo de prova.
d) Características e Cultivo
Erva perene, cresce de 60cm a 1 metro. Folhas bem recortadas, de cor verde acinzentadas e esbranquiçadas na parte inferior. Flores amarelas em cachos. Clima temperado, solos areno- argilosos, bem drenados e rico em matéria orgânica. Semear ou dividir touceiras ou fazer estaquia de galhos para reproduzir.
e) Descrição botânica
É uma planta herbácea, medindo de 0,40 a um pouco mais de 1 metro de altura, perene; caule piloso (curtos e sedosos), folhas pecioladas, alternas trilobadas na base da planta, com segmentos lanceolados e obtusos; nas medianas são bilobadas e as próximas das flores são de margem inteiras; possuem cor esverdeada na parte superior e branco-prateada na parte inferior. As sumidades floridas estão em capítulos subglobosos, amarelos, agrupados em panículas. O epiderme é formado de células sinuosas, contém estomas nas duas faces; pelos tectores, glândulas sésseis ou curtissimamente pedunculadas; o mesofilo é heterogêneo.
f) Características gerais
Todas as partes da planta possuem sabor muito amargo e aroma muito forte. Crescem espontaneamente em locais pedregosos da Europa, Ásia e norte da África. No Brasil é cultivada em hortas e jardins em locais agrestes; produz melhor em climas temperados. Tem preferência por solos argilo-arenosos, mas cresce em todos os solos desde que permeáveis. A propagação é feita por divisão de touceiras com raízes, estacas de galhos ou sementes.
Colheita: colhe-se as folhas preferencialmente antes da floração nas primeiras horas do dia. Em cultivos comerciais, corta-se toda a planta após dois anos.
g) Princípios ativos
Seu principal componente é um óleo essencial que varia de cor verde-azulada e amarelo-castanho composto principalmente de tujona e alfa e beta-tujona, representando uma porcentagem superior a 40% dependendo do período de colheita Mas foram identificados aproximadamente 60 compostos, mono e sesquiterpenos, muitos deles oxidados; estão presentes o linalol, 1,8-cineol, beta-bisabolol, alfa-curcumeno e espatulenol, nerol elemol.
Possui lactonas sesquiterpênicas (do tipo guaianólidos) responsáveis pelo sabor amargo que são: a absintina(0,20-0,28%), artabsina, matricina e anabsintina.
Possui outros constituintes identificados que são: flavonoides, ácidos fenólicos (cafeico), taninos, ácidos graxos, esteróis, carotenoides e vitaminas B e C. A cor azulada indica a presença de compostos azulênicos, metilcamazuleno e outros.
O óleo essencial obtido das flores, principalmente no início da floração, contém mais tujona do que o óleo extraído das folhas.
h) Atividade biológica
A absintina tem propriedade amargo-estomáquica.
* Tujona: possui ação anti-helmíntica contra Ascaris lumbricoides, efeito estimulante do coração e musculatura uterina. Possui também ação antagônica para envenenamentos por narcóticos.
2. Propriedades
a) Medicinal
Fortificante e estimulante de apetite; bom para anemias. O chá bem concentrado é bom para aliviar vermes. Os sucos ou extratos não devem ser usados, pois são tóxicos.
* Infuso: 20gs de folhas em 1 litro de água por 10 minutos. Tomar 1 colher de sopa de hora em hora.
b) Propriedades farmacológicas
As preparações administradas por via oral produzem um aumento das secreções biliares, gástricas, devido a presença das substâncias amargas. Tem ação estimulante do apetite e favorece a digestão. O óleo essencial possui propriedades carminativas, espasmolítica, antibacteriana e fúngica. Segundo a Comissão E e ESCOP está indicada principalmente para a perda de apetite, dispepsia e distúrbios biliares, espasmos gastrointestinais e flatulência.
c) Utilização
* Uso caseiro: cerveja de absintio - 01 parte de folhas de losna para 30 partes de cerveja, deixando macerar por 24 horas.(bom para lombrigas e oxiúros).
3. Dosagem
Utilizar na forma de infusões; tinturas e extratos fluidos. Decocção para uso externo em feridas, úlceras de pele e compressas.
É a grande protetora do aparelho digestivo. A infusão de flores e folhas, essencialmente amarga, usada em pequenas doses, estimula as secreções gástricas, biliares e pancreáticas, aumentando o apetite e estimulando a digestão. Rica em ferro, atenua anemias. O chá forte é usado como vermífugo.
4. Outros usos
É muito utilizada na preparação de aperitivos amargos.
As propriedades aperitivas (estimulante do apetite), vermífugas e estomacais explicam o uso da planta no preparo do vermute e do licor de absinto, entretanto, vale lembrar que a presença de uma substância tóxica - a tuinona (tujona) - pode produzir efeitos altamente perigosos.
Altas doses do chá e outros preparados a partir desta planta podem provocar tremores, convulsões, tonturas e até delírios.
Não é recomendada para pessoas com problemas com úlceras e gastrite por estimular a salivação e a produção do suco gástrico.
5. História do absinto
Planta conhecida na Antiga Grécia e pelos celtas e árabes com citações datada de 600 a.C. para tratamentos digestivos. O licor de absinto era muito conhecido e apreciado por poetas e artistas como Van Gogh, Toulouse-Lautrec, Artur Rimbaud, Degas, Manet, Baudelaire, Picasso e outros.
Era conhecida com o nome de "fada verde" (líquido verde-esmeralda) e ao que estudos indicam, responsável pelo comportamento bizarro de Van Gogh. O consumo do licor de absinto está proibido na França desde 1915 e atualmente em outros países da Europa e Estados Unidos.
6. Curiosidades
Na Grécia Antiga esta planta era dedicada a Ártemis, deusa da fecundidade e da caça. Daí a origem de seu nome científico.
Cuidado
Efeitos colaterais: Não deve ser usado por quem estiver fazendo tratamento radioterápico.
Toxicologia da planta: O óleo essencial da Artemísia (losna) puro não é recomendado para uso interno. Por conter tujona na sua composição é altamente tóxico.
A intoxicação manifesta-se através de espasmos gastrointestinais, vômitos, retenção de urina por complicações renais severas, vertigem, tremores e convulsões. O uso prolongado do absinto (bebida alcoólica feita com a losna (A. absinthium) produz um efeito conhecido como abisintismo que se caracteriza por transtornos nervosos, gástricos e hepáticos podendo provocar perturbações da consciência e degeneração do S.N.C.
Não deve ser usada por gestantes e crianças menores. Um trabalho publicado em 2002 na Itália confirmou os efeitos neurotóxicos da tujona, presente no absinto.
A planta não dever ser usada continuamente e sem prescrição médica.
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