Nome científico | Cinnamomun comphora (L.) J. Presl. |
Família | Lauráceas. |
Sinonímia popular | Canforeiro, alcanforeira. |
Sinonímia científica | Laurus camphora L. |
Parte usada | Folhas |
Propriedades terapêuticas | Anti-séptica, estimulante, excitante, anti-reumática, parasiticida, anti-nevrálgica, revulsiva, anestésico local, anti-térmica, anti-diarreica, anti-helmíntica, moderadora das secreções sudoral e láctea. |
Princípios ativos | Terpenos (alfa-pineno, nopineno, canfeno, dipenteno, cariofile-no, cadineno, bisaboleno, canfazuleno, etc.), álcoois (borneol, li-nalol, alfa-terpinol, etc.), cetonas (cânfora, piperitona), óxidos (cineol etc.). |
Indicações terapêuticas | Contusões, dores musculares, reumatismo, frieira. |
Planeta | Lua |
Elemento | Feminino |
Gênero | Água |
Uso mágico | Saúde, clarividência, poderes ocultos e mágicos; purificação e energia física. |
1. Informações Complementares
a) Outros nomes populares
Erva-cavaleira, rabugem-de-cachorro, alcanforero.
* Nome em outros idiomas Espanhol: canforeto Francês: champhre Inglês: camphor tree Italiano: cânfora | ||
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b) Origem
Ásia Oriental, particularmente da ilha de Formosa, Japão e China Meridional.
c) Outros princípios ativos
Compostos da série aromática (p-cimeno, eugenol, safrol, etc.), aldeídos, ácidos da série gorda.
d) Uso medicinal
Utilizada na terapêutica, a cânfora vem sendo substituída por outras substâncias, algumas de constituição química análoga.
Da madeira triturada dos troncos e submetida a manufaturações oportunas, extrai-se o produto conhecido pelo nome de cânfora, cujas qualidades antissépticas, estimulantes, excitantes lhes são atribuídas.
Externamente é utilizado por suas propriedades revulsivas, a que se associa a uma ação anestésica local, em fricções, geralmente sob a forma de soluções alcoólicas. Suas ações também são parasiticidas.
Tem aplicações também nas hemorragias uterinas e como vermífugo.
Internamente, administra-se por via hipodérmica em soluções oleosas. Atua sobre o sistema nervoso central, produz ação benéfica sobre o centro respiratório bulbar, com o aumento da amplitude dos movimentos respiratórios sem acelerar o ritmo, mas a sua ação mais notável é sobre o coração. É um cardiocinético, pois estimula o músculo cardíaco e reforça a sístole, regulariza as pulsações e a pressão sanguínea.
O óleo canforado, embora seja um cardiotônico eficiente, sua administração deve ficar a cargo do médico. Devido porém à sua insolubilidade na água (o que reduz uma ação lenta e a impossibilidade de administrar por via endovenosa), foi substituída por sucedâneos hidrossolúveis.
Como sedativo, recomenda-se nas doenças nervosas, hipocondria, histerismo, convulsões, epilepsia, melancolia, nevralgias, reumatismo.
2. Dosagem indicada
a) Contusões, dores musculares e reumatismo
Vinagre aromático para fricções e massagens: macerar em uma garrafa, por 10 dias, 400g de vinagre puríssimo de vinho, 50g de álcool a 90º, 50g no total das seguintes ervas frescas: sumidades floridas de alfazema, folhas de laranjeira, folhas de alecrim, folhas de hortelã, folhas de sálvia.
Antes de colocá-los nos líquidos indicados, esmagá-las um pouco, a fim de facilitar a saída dos humores. Tapar bem a garrafa, conservando-a em local fresco. Após os dez dias prescritos, dissolver 4gr de cânfora em 10gr de ácido acético, colocando este líquido na garrafa com todos os outros ingredientes.
Filtrar o líquido após algumas horas e vertê-lo em uma garrafa com tampa esmerilhada. Este vinagre aromático é prodigioso para todas as dores causadas por traumas ou dores reumáticas.
* Aguardente canforada: misturar 300gr de aguardente a 60º, ou de álcool na mesma graduação e 5gr. de cânfora triturada. Conservar o líquido em uma garrafa bem tapada e empregá-lo para friccionar os músculos doloridos.
b) Frieiras
* Loção: em uma garrafa de boca larga, colocar 200g de óleo de rícino desodorizado, aquecendo o recipiente em banho-maria. Enquanto a água se aquece (não deve nunca ferver), colocar na garrafa 10gr de essência de bergamota e 5gr de cânfora. Deixar tudo em banho-maria por cerca de uma hora, depois afastar a panela do fogo. Quando o líquido estiver frio, tapar a garrafa herméticamente. Com esta loção fazer massagens três a quatro vezes ao dia sobre a região atingida pela frieira. Para prevenir é suficiente fazer uma única fricção ao dia.
c) Outros usos
* Para flores e plantas: quando uma planta sofreu a ação do vento ou a ausência de água, tomará rapidamente força e vigor se for regada com água canforada. A proporção é de uma colherinha de cânfora em pó em uma garrafa de água.
* Traças: contra as traças não há nem um produto igual à cânfora, cujo odor é particularmente desagradável a estes insetos. Espalhar alguns cubinhos pelos armários e gavetas, as roupas estarão assim seguras.
Muitas são as aplicações da cânfora, particularmente na produção de celuloide, matéria-prima doutras indústrias importantes: fabrico de pólvoras, plásticos, tintas.
A canforeira é extremamente decorativa, indicada para ornamentação de vias públicas e também para quebra-ventos.
3. Curiosidades
a) Vinagre dos quatro ladrões de Marselha
Conta à lenda que por volta de 1.300, enquanto se alastrava uma peste terrível, quatro bandidos marselheses executavam assaltos nos locais infestados pela peste, saqueando casas e o comércio. Era, porém um mistério o fato de passarem incólumes pelos locais infestados, sem adquirirem o terrível mal. Dizem que o segredo era uma mistura milagrosa que preparavam antes de iniciarem as suas incursões, com a qual enxaguavam a boca e limpavam as mãos. Trata-se de um excelente desinfetante, que todos fariam bem em ter esta receita em casa.
* Desinfetante para empregos caseiros (Vinagre dos quatros ladrões de Marselha):
- 20gr de sumidades floridas de alguma destas plantas: losna, alecrim, sálvia, hortelã, arruda ou flores de alfazema
- 30gr de cada um destes aromáticos: casca de canela, ácoro, noz-moscada, cravo e alho.
- 5gr de cânfora
- 1.250gr de puríssimo vinagre de vinho branco.
Os ingredientes devem ser deixados em maceração no vinagre, por dez dias. Filtrar o líquido e conservá-lo em um vidro com tampa esmerilhada. Serve para limpar as feridas e desinfetar as mãos que tenham tocado qualquer coisa infectada.
4. Um pouco de história
O Japão depois de ocupar a ilha de Formosa (Taiwan) organizou o próprio monopólio da
produção e comércio da cânfora natural e sua essência, que perdurou até à perda do seu domínio em 1944; entretanto estabeleceu a cultura na própria pátria.
Concorrências surgiram para combater este monopólio, com plantações de canforeiro em outros países (Java, Estados Malaios, Austrália, Flórida, Brasil, Argélia, etc.), porém a organização japonesa inutilizou estas tentativas.
As circunstâncias modificaram-se depois da II Grande Guerra, em resultado do desenvolvimento da indústria da síntese química da cânfora, em particular nos EUA.
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