Nomes Populares | CAPIM-LIMÃO, CAPIM-CIDREIRA, CAPIM CIDRÓ OU CAPIM-SANTO |
Nome Científico | Cymbopogon citratus Staupf ou Cymbopogon citratus (DC.) Stapf. |
Sinonímia popular | Capim-cidró, capim-limão, chá-de-estrada, capim cheiroso, erva-cidreira, capim-cidrilho,capim-santo, lemon grass, capim-cidreira, falsa cidreira, capim cidrão. |
Família | Poaceae (Gramineae). |
Partes usadas | Flores e folhas. |
Propriedades Terapêuticas | Bactericida, antiespasmódico, calmante, analgésico suave, carminativo estomáquico, diurético, sudorífico, hipotensor, anti-reumático. |
Indicações terapêuticas | Insônia, nervosismo, ansiedade, digestivo estomacal e gases intestinais. |
Planeta | Mercúrio |
Elemento | Ar |
Uso mágico | Percepção extra-sensorial e força mágica; luxúria, poderes psíquicos e repelir répteis. |
a) Outros nomes comuns
Capim-cidrão, chá-de-estrada, erva-cidreira, citronela-de-java.
* Nomes em outros idiomas
Lemon grass, west indian lemongrass.
b) Origem
Espécie originária da Índia. Sua introdução no Brasil é muito antiga; possivelmente, já no tempo colonial, era uti-lizada como planta ornamental, sendo encontrada cultivada em todo o país.
Propriedades ativas concentram-se nos óleos essenciais (citral e mirceno). Combate a erosão, tendo sido usado no Brasil Colônia para plantio à beira das estradas recém abertas.
Planta perene, forma enorme touceiras de folhas finamente estriadas, com margens cortantes, exalando um forte odor de limão. Flores a-grupadas em pequenas espigas.
Geralmente confundida com a erva-cidreira.
* Variedades: não se conhecem variedades desta espécie, pelo menos no sul do Brasil. Por vezes, é considerada, popularmente, como variedade de uma outra espécie: o Capim Cidró (II) Cymbopogon flexuosus (Nees) Staf, com um teor mais alto de citral (70 a 85%). Porém, esta espécie é muito pouco conhecida e cultivada no Brasil.
* Cultivo: a planta prefere terrenos pouco úmidos, vegetando bem em regiões de clima tropical e temperado. Faz-se mudas desmembrando pedaços da touceira mãe, plantando em lugar bem ensolarado a um metro uma da outra.
* Solos: vegeta melhor nos areno-argilosos, embora tolere os arenosos e mesmo os argilosos. Umidade em excesso bem como os solos demasiadamente secos são impróprios a esta cultura. É planta esgotante do solo, exigente em matéria orgânica e nutriente. Por isso, as touceiras devem ser desmanchadas ao final de 3 a 5 anos, para renovar a cultura em outro local, e, no solo antes ocupado pela cultura, plantar leguminosas e outras raízes profundas.
* Clima: os climas tropical e subtropical até o temperado-brando são os indicados para a cultura. Ressente-se dos ventos frios e das geadas no inverno que queimam as folhas, embora não cheguem a matar as plantas. Recomendam-se as vertentes leste ou norte bem ensolaradas, marcando as linhas de cultivo em curva de nível.
* Propagação: como a planta praticamente não floresce no Rio Grande do Sul, não há como propagá-la por sementes. A propagação é, então, feita por divisão das touceiras. Ao retirar as mudas, deve-se encurtar as folhas e aparar as raízes, não deixando que sequem, mantendo-as umedecidas ou imersas em água. Selecionam-se as melhores mudas.
* Plantio: é realizado de fins de agosto até outubro. Em locais menos frios, também pode ser feito em março – abril. As mudas são colocadas em linhas distanciadas de 0,60 a 0,80, deixando as plantas separadas de 0,30 a 0,40m, entre si, nas linhas.
* Tratos culturais: são poucos, constando de replantio das falhas, pois várias mudas não vingam no plantio. Realizam-se capinas e irrigações, as quais se restringirão aos períodos de forte seca. Na primavera é feita uma adubação complementar entre as linhas.
* Pragas e doenças: em condições de solo inadequado e/ou excesso de chuvas, combina-das com forte calor, poderá ocorrer o aparecimento de fungos de ferrugem das folhas. Um arestamento na ponta das folhas pelos ventos frios será fato normal nas nossas condições climáticas. Poderá, ocasionalmente, ocorrer o aparecimento de pulgões ou cochonilhas na base das folhas ou nos rizomas.
* Colheita: a colheita da parte aérea (folhas e colmos novos) se inicia 6 meses após o plantio, apresentando, no 1º ano, baixo rendimento. As plantas devem ser cortadas a 10cm acima do solo para que rebrotem sem prejudicar os rizomas. Cortes de 10.000kg/ha de planta verde são normais no 1º corte de cada ano, reduzindo-se nos demais. Ao secar, a redução de peso será da ordem de 60% (o rendimento em óleo varia de 0,4 a 0,6% na planta verde).
3. Descrição Botânica
É uma erva perene, ereta, cespitosa, de 0,60 a 3 m de altura, com caule rizomatoso muito ramificado, escuro, curto, semi-subterrâneo e palhoso. As raízes são fibrosas, escuras e numerosas. Dos rizomas partem colmos em tufos eretos e folhosos.
As folhas são moles, basais, planas, glabras, estreitas e longas (0,50 a 1m), invaginantes, aromáticas, paralelinérveas, com margens ásperas e cortantes e ápice acuminado. Têm lâmina de cor verde-grisácea com veios bem visíveis na face inferior e de cor verde-brilhante e lisa na face superior, lígula e bainha forte, não-articulada com o limbo.
As flores são em espiguetas sésseis, canaliculadas no lado ventral, têm de 4,5 - 5mm de comprimento, 0,80-1 mm de largura e margens ciliadas. As espiguetas situam-se sobre ráquis que formam racimos curtos (1 a 1,50cm) que, por sua vez, formam panículas contraídas, bractéolas e terminais. O florescimento é muito raramente observado no Rio Grande do Sul.
Os frutos são cariopses oblongas, secos indeiscentes.
Planta estolonífera, constituindo touceiras compactas e grandes, formadas por numerosos colmos eretos, simples ou ramificados, de 2 a 3 m de altura, exalando um aroma característico, lembrando o do limão.
4. Rendimentos, componentes e aplicações da planta e do seu óleo essencial
O rendimento em óleo essencial na espécie C. citratus, nas condições de Viamão, tem si -
do de 0,4 a 0,6% (RAUBER. et al. 1999).
Seu óleo essencial é usado em perfumaria para a produção de b-ionona (aroma de violetas), na síntese da vitamina A e como antisséptico, por sua ação fungistática (RAUBER et al. 1999).
Por estas inúmeras aplicações, o óleo essencial do capim-cidró tem procura no mercado nacional e internacional, e seus preços têm sido considerados compensadores, embora sua produção por hectare seja baixa (comparada a outras gramíneas aromáticas). Isto se deve a três fatores: menor resistência ao frio, que queima as extremidades das folhas; crescimento mais lento; maior propensão à ferrugem da folha.
5. Propriedade
a) Medicinal
É bastante usada para combater dores de cabeça, febre e aliviar dores, cólicas menstruais e intestinais, pois possui ação analgésica e antiespasmódica (evita as contrações involuntárias dos músculos e previne as convulsões).
É utilizado como refrigerante, diaforético, torceduras e dores musculares. Contém citral, substância também encontrada na melissa, que lhe confere propriedades calmantes e sedativas.
O capim-limão trata a herpes, melhora a digestão, reduz gases intestinais, intensifica o sono e melhora a sua qualidade, reduz a ansiedade e dá mais disposição. O óleo essencial da planta é antifúngico e antimicrobiano. É usado para fabricação de produtos de limpeza, devido ao seu odor intenso e agradável, que atua como repelente.
Como os óleos essenciais são voláteis, no preparo de infusões de folhas ou rizomas, não é necessário ferver muito, nem deixar em água quente por tempo prolongado. Para liberar os princípios ativos, bastam 10 minutos de calor ou fervura.
O chá é bom para insônia e tônico depurativo em estados gripais febris.
* Para baixar a febre: fazer uma infusão com 1 xícara de chá de água e 1 xícara de chá de folha ou rizoma fresco, ou metade se forem secos. Coar e tomar quente.
* Para reumatismo e dores musculares: esmagar num pilão um pouco de rizoma com 1 colher (sopa) de óleo de coco. Coar e empregar em massagens, nos locais doloridos.
* Contra ansiedade:
- Fazer uma infusão com 5gs de folha ou rizoma para cada xícara de chá de água. Coar em seguida. Tomar de 2 a 3 xícaras por dia.
- Colocar 1 colher (sopa) de folhas frescas de capim-limão picadas em um recipiente e amassar-las com o cabo de uma colher. Ferver 1 copo (250ml) de água e despejar sobre a erva. Abafar por 5 minutos. Coar, adoçar com mel a gosto e beber em seguida.
b) Utilização
* Uso caseiro: pode ser usado em banhos aromáticos (preparar sempre o chá forte e nunca colocar a erva direto no banho), e como sachê para perfumar tecidos e afastar traças e outros insetos.
* Uso culinário: batido com água, o capim limão faz um refresco para tirar desânimo dos dias de calor. Usado como aromatizante de bebidas alcoólicas.
* Aromaterapia: tônico nervoso para a exaustão e cansaço, anti-depressivo, combate o estresse e ansiedade.
6. Outros Usos
A planta também é usada como fixadora das margens de estradas e rodovias.
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