Solanum paniculatum L. Família Solanaceae;
fonte da foto: caminhosnaumbanda.blogspot.com
Nome científico: Solanum paniculatum
L.
Família: Solanaceae
Planeta: Júpiter
Sinonímia popular: Jurubeba-verdadeira,
jupeba, juribeba, jurupeba, gerobeba, joá-manso, jurupeba-altera, jurubebinha,
juripeba.
Parte usada: Raízes, folhas e frutos.
Propriedades terapêuticas: Tônica,
desobstruente, digestiva.
Princípios ativos: Esteroides, saponinas,
glicosídeos e alcaloides.
Indicações terapêuticas: Febre, hidropisia,
doenças do fígado, diabetes, tumores do útero e abdômen, anemias, inflamações do
baço, problemas de bexiga, ressaca.
1. Informações Complementares
a) Origem
As propriedades medicinais da alcaçuz são conhecidas há mais de
3.000 a-nos. Egípcios e gregos o apreciavam pelo sabor suave e calmante. Arbusto
que cresce sobretudo na Europa Meridional e na Ásia Menor.
b) Características e Cultivo
Arbustivas, perenes, com caules e ramos espinhosos. Folhas
sinuadas tomentosas, verde escuras na face superior, verde-claras na inferior,
apresentando espinhos no pecíolo e nervura mediana muito saliente.
Inflorescências cimosas e de flores azuis (Solanum panicu Latum L) ou
brancas (Solanum variabile Mart). O fruto é uma baga esférica, amarelada,
presa a um pedúnculo comprido. Dá em cachos. Reprodução por sementes e
vegetativamente por rizomas. Solos semi-arenosos e ácidos.
c) Descrição
Jurubeba é uma pequena árvore da família das Solanaceae, cresce
a 3m em altura, podendo chegar a 5m, comum no norte de Brasil e outras partes
tropicais de América do Sul.
Existem dois tipos de jurubeba: macho e fêmea. Os usos
indígenas de jurubeba são muito mal documentados, mas seu uso em medicamentos
brasileiros foi bem descrito. Jurubeba é listado como uma droga oficial na
Pharmacopea Brasileira como um produto específico para anemia e para desordens
de fígado e digestivas. Em 1965, Dr. G. L. Cruz escreveu que "as raízes, folhas
e frutas são usadas como um tônico e descongestionantes. Estimula as funções
digestivas e reduz a inchação do fígado e baço. É um remédio para hepatites
crônicas, febre de intermites, tumores uterinos e hidropisia"
Solanum é o gênero mais representativo da família
Solanaceae e consiste de cerca de 1.500 espécies perenes, arbustos, árvores e
trepadoras, sendo um dos mais numerosos do mundo. Apresenta muitas plantas úteis
usadas na alimentação e também muitas plantas infestantes ou daninhas. A maioria
das plantas do gênero Solanum contém alcaloides tóxicos. Em algumas
espécies de Solanum, certas partes são comestíveis enquanto outras partes
da mesma planta são muito venenosas, O melhor exemplo conhecido é a batata
(Solanum tuberosum) que tem folhagem e frutos venenosos e tubérculos
comestíveis, embora estes fiquem venenosos quando se tornam verdes pela
exposição prolongada à luz.
Muitas espécies de Solanum são conhecidas como
“jurubeba", tal como a Solanum paniculatum, uma planta nativa nas regiões
Norte e Nordeste do Brasil.
A origem do nome vem do adjetivo latino "paniculatum",
paniculado, pelo tipo de inflorescência. Os principais nomes populares são:
jurubeba, jurubeba-verdadeira, jupeba, juribeba, jurupeba, gerobeba e joá-manso.
O nome vulgar deriva do tupi "yú", espinho, e "peba", chato.
d) Princípios ativos
Os componentes ativos da jurubeba foram documentados na década
de 60 pesquisadores alemães descobriram novos esteroides, saponinas, glicosídeos
e alcaloides nas raízes, caule e folhas. Os alcaloides foram encontrados em
maior abundância nas raízes, enquanto que nas folhas encontram-se as maiores
concentrações de glicosídeos.
Esses compostos também têm algum efeito tóxico, de modo que não
se recomenda a ingestão frequente de preparações de jurubeba. As propriedades
farmacológicas documentadas desde a década de 40 incluem o uso para estômago,
febres, diurético e tônico. Estudos em animais indicaram que extratos da planta
em água ou álcool foram eficazes em reduzir a pressão sanguínea enquanto
aumentando a respiração em gatos, evidenciando uma ação estimulante no coração.
Jurubeba (Solanum paniculatum L.); Flora do
RN – fonte da foto: seresvivosdorn.blogspot.com
2. Propriedades
a) Medicinal
Diurética, desobstruente tônico, anti-inflamatória. Emprega-se
popularmente com bom resultado para combater as icterícias, cistites, febres
intermitentes, prisão de ventre e as inflamações do baço (suco dos frutos).
Externamente empregam-se as folhas amassadas sobre machucados. A raiz é indicada
nas dispepsias atônicas e na diabete. Desobstruente do fígado.
* Maceração: 4gs de folhas ou frutos
verdes em um copo de água fria; também consumida sob forma de vinhos, bastando
para tanto deixar macerar no vinho branco.
* Infusão: 2 colheres de sopa de folhas
ou flores ou frutos picados para 1 litro de água fervente. Tomar 3 xícaras de
chá morno, sem açúcar, por dia.
b) Utilização
* Uso mágico: usado em poções afrodisíacas.
3. Outras Espécies
a) Solanum fastigiatum
Solanum fastigiatum Willd.; fonte da foto:
portalsaofrancisco.com.br
A Solanum fastigiatum, conhecida como jurubeba do sul, é
uma planta nativa na região Sul do Brasil, ocorrendo também nos países da Bacia
do Prata. Comum no Rio Grande do Sul, especialmente na Depressão Central;
presente também em outros estados sulinos. A origem do nome vem do adjetivo
latino "fastigiatum", "que termina em ponta", motivado pelos ramos fasciculados
da inflorescência, que apresentam frutos em suas pontas.
Os nomes populares são: jurubeba, jurubeba-do-sul,
jurubeba-velame, velame. Essa planta é bastante parecida com diversas outras,
que também são conhecidas pelo nome vulgar de jurubeba e é usada na farmacopeia
popular com as mesmas indicações da verdadeira jurubeba, Solanum paniculatum.
Como existem preparações comerciais à base de jurubeba, é comum que as firmas
que as apresentam recebam material de plantas parecidas, inclusive de Solanum
fastigiatum.
Observação:
A ingestão de partes da planta tem causado patologias em
bovinos. A ocorrência maior
tem sido em épocas de carência de forragem e os animais
precisam ingerir a planta por um período prolongado. Estudos feitos na Faculdade
de Veterinária da Universidade Federal de Pelotas (1985 e 1987) indicam que a
sintomatologia é relacionada com disfunção cerebelar, com crises periódicas do
tipo de epilepsia, que duram de alguns segundos a um minuto e são desencadeadas
geralmente quando os animais são movimentados ou excitados.
Há perda de equilíbrio e quedas, ficando os animais em decúbito
dorsal ou lateral, com tremores musculares. Após as crises, os animais aparentam
normalidade, mas alguns estendem o pescoço numa atitude de "olhar estrelas" e
buscam maior apoio com extensão dos membros anteriores. Em geral não ocorre
mortalidade diretamente relacionada com o problema, mas com as quedas podem
haver fraturas. A patologia se torna crônica e a regressão clínica é rara.
b) Solanum asperolanatum
This trusted image is of Solanum asperolanatum;
fonte da foto: eol.org
A Solanum asperolanatum, conhecida como jupeba, é uma
planta arbórea perene, com até 3 a 4m de altura, reproduzida por semente, nativa
na América Tropical, com ocorrência esparsa no Brasil, geralmente confundida com
outras espécies. A origem do nome vem do latim "asperu", áspero, e "lana", lã.
Recebe os seguintes nomes populares: jurubeba, jupeba. A planta
é parecida com outras espécies de "jurubebas", pelo aspecto geral e pelos
frutos. Distingue-se de Solanum paniculatum pelo posicionamento das
inflorescências e pelas flores brancas. Plantas novas podem ser confundidas com
Solanum variabile, pois em ambas as espécies ocorrem pelos ferrugíneos. É
usada na farmacopeia popular com as mesmas indicações da verdadeira jurubeba,
Solanum paniculatum, e também nas preparações comerciais a base de
jurubeba que são preparadas indistintamente com várias espécies de Solanum.
c) Solanum variabile
Solanum variabile Mart.; fonte da foto:
www6.ufrgs.br
A solanum variabile, conhecida como jurubeba falsa, é
uma planta nativa na região Meridional do Brasil e regiões limítrofes dos outros
países. No Brasil é relatada a ocorrência de Minas Gerais ao Rio Grande do Sul,
com maior intensidade na região Sul, sendo muito frequente nos estados do Rio
Grande do Sul e Santa Catarina com grande ocorrência nas beiras de estradas. A
origem do nome vem do adjetivo latino "variabile", variável, pela grande
variabilidade na planta em geral, particularmente no formato das folhas e no
tipo de pelos. Os principais nomes vulgares são: velame, jurubeba-velame,
velame-de-capoeira, jurubeba-falsa, juveva, jupicanga.
4. Um pouco mais sobre a Jurubeba
A jurubeba de nome científico Solanum paniculatum, da
família das Solanáceas, é utilizada internamente como antifebril, em doenças do
fígado, em diabetes, em anemias, inflamações do baço, tumores do útero e abdome,
em anemias e problemas de bexiga.
Parte utilizada: raízes, folhas e frutos.
Esta espécie é facilmente confundível com outra jurubeba,
Solanum fastigiatum. As duas se diferem entre si nos tipos de pelos das
folhas e ramos e na forma dos espinhos, que em S. fastigiatum são retos e
em S. paniculatum são curvos e alargados na porção basal.
Esta jurubeba é indicada para problemas hepáticos e digestivos
no interior do Brasil. Chá de suas folhas são usadas contra ressaca e
externamente cicatriza feridas. Raízes, folhas e frutos são tônicos e
desobstruentes. Bastante estudada por alemães na década de 60, não parece ser
tóxica. Há vários trabalhos científicos sobre ela.
A jurubeba-de-boi, jurubebão ou lobeira (Solanum
lycocarpuim, St. Hil ), usada para problemas renais, cólicas e diabetes,
além de destruir verrugas, é tóxica para o sistema reprodutivo, mas não
interfere sobre a fertilidade. É tão tóxica que destrói verruga!
Cuidado
Efeitos colaterais: Como a planta apresenta alcaloides e
esteroides, recomenda-se evitar seu uso prolongado.
Precaução: A utilização de frutos verdes de espécies de
Solanum como a jurubeba, joá, mata-cavalo e peloteira, compreendendo cada
um desses nomes populares de diversas espécies botânicas, deve ser evitada, pois
é comum a acumulação de glicoalcaloides capazes de provocar vômitos, diarreia,
dores de estômago e cabeça.
foto tá errada. flor rosada=fastigatum, flor branca=paniculatum
ResponderExcluirObrigada pelo toque. Acredito que agora esteja certo. Abraços, Sofya.
ResponderExcluirExcente post, obrigada por compartilhar
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